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As Quatro Estações



Dizem por aí que não importa se faz chuva ou sol, quem torna nossos dias felizes somos nós mesmos. Isso é verdade porque durante um grande período andei na contramão; enquanto lá fora fazia 40 graus, por dentro eu estava gélida.

O motivo foi uma tempestade repentina que surgiu na minha vida, um inverno que tem nome e sobrenome. Eu nunca as evitei porque o cheiro da chuva me alucina. Permiti que ele se aproximasse e que fizesse o que tinha pra fazer, não protegi meu coração.

O problema é que essas tormentas sempre vão embora. Mesmo que os raios tenham sido os mais incríveis e o assovio do vento nas árvores tenha sido a melhor melodia já ouvida, os destroços ficam pra trás e você, sozinha, terá que lidar com eles.

Depois de juntar todos os cacos e depois de alguns meses tentando reconstruir meu lar, finalmente pude sentir outra vez a pele aquecer. O contraditório é que já não estávamos mais no verão, e mesmo assim ele tomou conta de mim sem dar importância ao outono de março. Um verão com nome e sobrenome.

Também não o evitei, porque depois de tanto tempo sendo fria, estava na hora de mudar. O seu sol descongelou minha casca rapidamente e me fez ficar exposta; uma exposição boa no começo, mas que logo passou a queimar. E então estava na hora de trocar de estação, de novo.

Foi a vez do outono, e nossa, como eu amo o outono! Me lembra o inverno, mas de um jeito mais aconchegante e menos devastador. Ele abriu seus braços para me receber, e eu fiz o mesmo, sem nem pensar. Pra quem vivia na desconfiança, a entrega veio rapidinho...

Esse outono de Campos do Jordão, embora significasse menos de duas horas de viagem daqui de São José, tinha muitas outras distâncias a serem enfrentadas. Pulei fora antes do estrago crescer e resolvi dar uma chance à primavera.

Não me leve a mal; a preposição feminina não passa disso, uma preposição. Ele que segue florindo sem olhar a quem, me transmite a serenidade que procuro.

E sabe o que eu aprendi? Que realmente não importa o calor ou o frio que você vai encontrar nas ruas, mas sim as pessoas que você vai encontrar, porque todos nós somos regidos por uma das quatro estações do ano.

Prepare-se para a maior das geadas, e também para o dia mais escaldante. Eles não têm data nem hora para chegar, tampouco para ir. Prepare suas roupas, sua armadura, e apenas sinta a brisa renovar o seu ar.

Autor: Érika Pacheco

Comentários

  1. Uau! Que lindo!!! O último trecho é tão perfeito! Ela escreve muito bem!!
    Beijos ❤
    Jardim de Palavras

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sim, fico apaixonada pelos textos dela! ♥

      Beijinhos.

      Excluir
  2. Oii Maiara!
    Nossa, que texto maravilhoso! E descreve muito bem uma fase que passei rsrs.
    Adorei!

    Beijos,
    Ana | Blog Entre Páginas
    www.entrepaginas.com.br

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Ana, que bom que você gostou. No blog da Erika você encontra muito mais!

      Beijinhos

      Excluir

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